quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O SOL COMO TESTEMUNHA



As flores estavam de pálpebras caídas
Como se tivessem olhos
Nos nossos olhos
As pálpebras caíam de verdade
O sol velava em silêncio
Todo o jardim por nós chorava
E nós chorávamos pelo nosso bem
As folhas tremiam em penitência
E os espinhos lamentavam também
Nos ares docemente surgia
Uma ternura como se a hora fosse exata
Para despedida de um amor
Que a vida não entendeu
Não teve olhos para ouvir
Os gritos do destino
Embora tardio
O amor existia e acho que existe
E a saudade ficará a nos prender.

(Duda Flores)

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